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Importância de iniciar o pré-natal antes de 12 semanas

Primeiramente, faz necessário entendermos o contexto da gravidez no mundo e no Brasil, para que possamos entender a magnitude e relevância do processo de gestar, parir e cuidar, bem como a importância de se iniciar o pré-natal o mais breve possível ou prioritariamente até 12 semanas de gestação.

Para tanto, entendo que é fundamental conhecermos os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais. Entre 25 e 27 de setembro de 2015, chefes de Estado e de Governo e altos representantes estiveram reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York para decidir sobre esses objetivos. Eles se comprometeram a acabar com a pobreza e a fome em todos os lugares; combater as desigualdades dentro e entre os países; construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas; proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas; e assegurar a proteção duradoura do planeta e seus recursos naturais. Resolveram também criar condições para um crescimento sustentável, inclusivo e economicamente sustentado, prosperidade compartilhada e trabalho decente para todos, tendo em conta os diferentes níveis de desenvolvimento e capacidades nacionais, entre 2015 e 2030, em continuidade aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.


Eles se comprometeram com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com 169 metas associadas que são integradas e indivisíveis.

Sendo 3º objetivo o de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades, tendo como algumas de suas metas reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos (No Brasil a taxa foi de 64,4 em 2016); acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos (No Brasil a taxa foi de 14 em 2016) e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos até 2030.


Esses objetivos também visam assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais e atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos até 2030.


Tudo isso para um sonho não é?


No âmbito brasileiro, embora tenhamos observado uma ampliação na cobertura do acompanhamento pré-natal, contraditoriamente ainda mantém-se elevada a incidência de sífilis congênita, assim como da hipertensão arterial sistêmica, que é a causa mais frequente de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil, o que nos leva a refletir sobre o comprometimento com a qualidade dos cuidados pré-natais, bem como seu acesso.


Nesse sentido, em 2011, o Ministério da Saúde criou a Rede Cegonha, como um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças no processo de cuidado à gravidez, ao parto e ao nascimento, na articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica no momento do parto; na qualificação técnica das equipes de atenção, na melhoria da ambiência dos serviços de saúde, na ampliação de serviços e profissionais, para estimular a prática do parto fisiológico e na humanização do parto e do nascimento com a criação de Casas de Parto Normal, Casas da Gestante, Bebê e Puérpera e capacitação de enfermeiras obstétricas e parteiras.


Então, considerando todo esse esforço mundial e nacional para oferecer um assistência de qualidade com início precoce no pré-natal o mais breve possível ou preferencialmente até 12 semanas para detecção de possíveis problemas na gestação para e o bebê, bem como garantir uma boa qualidade da assistência, torna-se essencial no cuidado a período tão especial da vida das mulheres.


Nesse sentido, todos mulheres e sociedade em geral, juntamente com serviços de saúde e governo devemos lutar pela garantia de uma assistência de pré-natal de qualidade e consequentemente, estamos lutando pelas vidas da mãe e do bebê e de toda sua geração.

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