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Codependência e os problemas de amar demais.


Difícil entender como e porque algumas pessoas suportam heroicamente todo tipo de comportamento problemático, ou até atitudes sociopáticas dos companheiros(as), como se assumissem uma espécie de desígnio ou “karma”, para o qual fossem condenados para todo o sempre.

Não se consegue compreender porque essas pessoas abrem mão da possibilidade de ser feliz ou de diminuir o sofrimento, permanecendo atreladas à pessoa problemática, suportando toda a tirania de sua anormalidade, como se esse fosse o único papel reservado pelo destino.

O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos desse outro. Essa atitude costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoólatras, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos, narcisistas etc.

Codependência é um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, e atualmente estendido também aos relacionamentos tóxicos.

Se você quer saber se está em um relacionamento abusivo, hoje existem diversos grupos de apoio gratuito, assim como a psicoterapia pode ajudar você a identificar se esse é o seu caso.

Os grupos de apoio que fazem um bom trabalho são:

CoDA – Codependentes Anônimos – Brasil

MADA – Mulheres que Amam Demais Anônimas

Ambos os grupos têm reuniões em diversas cidades no Brasil, e o MADA tem reuniões online para cidades onde não há grupos presenciais. Além disso, ambos também se utilizam do processo de 12 passos do Alcoólicos Anônimos.

Os Doze Passos do CoDA

Admitimos que éramos impotentes perante os outros — que nossas vidas haviam se tornado incontroláveis.

Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver a sanidade.

Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, como nós O concebíamos.

Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.

Prontificamo-nos inteiramente para deixar que Deus removesse todos estes defeitos de caráter.

Humildemente pedimos a Deus para que removesse nossas imperfeições.

Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

Fizemos as reparações diretas a tais pessoas sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.

Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados nós o admitíamos prontamente.

Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que concebíamos a Deus, rogando apenas o conhecimento da sua vontade com relação a nós e a força para realizar essa vontade.

Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem a outros codependentes e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

Confira aqui: 15 sinais que ajudam a definir um relacionamento abusivo, em https://www.buzzfeed.com/br/florapaul/sinais-de-um-relacionamento-abusivo#.onGJvjjom

(lembre-se: violência não é só física).



Paula Dutra


Imagem de capa: <a href="http://www.freepik.com">Designed by Freepik</a>

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